Dançarino comove a internet ao escrever carta para Deus ao se lembrar de sua avó falecida em 2020

 

Itu, 21 de setembro de 2025

Caro Senhor Deus,

Meu nome é Francisco. Eu sei que o senhor deve estar ocupadasso aí, mas hoje é o aniversário da minha avó — e desde 2020 que eu escrevo pro céu pra tentar falar com ela. Se estiver lendo isso, repasse pra ela, por favor.

A família está crescendo e a alegria continua: terminei minha faculdade e já estou fazendo a segunda graduação. São tantas coisa pra te contar! Da última vez comprei coxinha da asa e sorvete de milho para sobremesa (eu amava quando você corria no bolso do seu casaco juntar as moedas pra me dar pra correr comprar) e você não veio.  Lembra das nossas orações? Obrigado por nos ouvir. É muita coisa boa e eu queria dividir tudo isso com você à mesa.

Hoje passei o dia todo deitado ouvindo a chuva bater na janela. Não tive coragem de sair lá fora, de correr com o rodo pra te ajudar a tirar a água que entrava no quintal quando chovia forte. Cresci tanto que entendi uma coisa dura: você não volta mais. (Muito menos teremos mais uma poça de chuva juntos para se preocupar) Essa certeza dói, mas também ensina. Ainda assim, queria que você aparecesse por um segundo — só pra eu te dar um último abraço.

Sinto tanto a sua falta. Às vezes dói tanto que nem sei dizer. A vida é tão doida: num instante estamos aqui, no outro não mais. Viver é um sopro — e eu tento viver de um jeito que te orgulhe. Tantos planos que eu queria contar, tantos abraços que deixei de te dar — queria te apertar com força agora e dizer tudo de novo: obrigado. Você ensinou tanto pra mim e pra tanta gente.

Vó, eu andei olhando a previsão do tempo a semana inteira porque não suportaria ver chuva no dia do seu aniversário sem imaginar você aqui. A chuva nunca mais foi a mesma, você sabe.

Me diz onde a senhora está? Por que não vem almoçar comigo? Me dá notícias, tá?

 

Volta logo. A chuva não tem um pingo mais de graça sem você.

 

Com todo o amor que existe dentro de mim!

 

Para Cândida dos Santos Monteiro, minha eterna heroína (que emoção relembrar seus panos de prato escrito à mão o seu nome completo)

De Chiquinho,

Seu eterno Chiquinho do Amaral

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